Sunday, June 10, 2007

Polícia alemã e Greenpeace batem pega


Anti-G8 2007 : POLICE Attack to GREENPEACE
Vídeo enviado por aaraaara

Tuesday, May 29, 2007

Poema da semana

Problemas del Subdesarollo

Monsieur Dupont te llama inculto,
porque ignoras cuál era el nieto
preferido de Víctor Hugo.

Herr Müller se ha puesto a gritar,
porque no sabes el día
¡exacto¿ en que murió Bismark.

Tu amigo Mr. Smith,
inglés o yanqui, yo no lo sé,
se subleva cuando escribes shell.
¡Parece que ahorras una ele,
y que además pronuncias chel!

Bueno ¿y qué?
Cuando te toque a ti,
mándales decir cacarajícara
y que donde está el Aconcagua,
y que quién era Sucre,
y que en qué lugar de este planeta
murió Martí.

Un favor:
que te hablen siempre en español.


Nicolás Guillén

Madredeus - Oxalá

O Cartola baiano

Sempre que estoura um escândalo desses no Brasil fico me policiando para não entrar num surto depressivo. Uma das minha táticas preferidas é me voltar pro que o país tem de melhor. Ontem, comecei a ler "Incidente em Antares", do gênio Érico Veríssimo. E hoje de manhã, antes de ir para a faculdade, resgatei uma jóia rara que andava mofada nos arquivos do meu computador.
Trata-se do mestre Oscar da Penha, mais conhecido pelo seu singular apelido, "Batatinha". Fazendo uma analogia rasteira e despretensiosa, ele seria uma espécie de Cartola baiano. As obras desses dois monumentos da música brasileira se assemelham bastante. Tanto letra quanto melodia são carregadas de um certo lirismo melancólico que hoje se encontra em extinção.
Suas canções foram interpretadas por Maria Bethânia, Nara Leão, Caetano Veloso e mais uma galera barra-pesada. No entanto, Batatinha não ganhou o reconhecimento que merece, o que, por sinal, é muito comum nesse Brasil de Vercilos, Anas Carolinas e cia. Morto em 1997, Batatinha gravou apenas dois discos solo, "Toalha da Saudade" e "Batatinha: 50 anos de samba". Em 1998, fizeram o disco póstumo "Diplomacia", com outros artistas cantando suas músicas.
Uma das minhas preferidas é a hilária "Jajá da Gamboa", que conta a história de um malandro que arruma uma coroa da alta sociedade soteropolitana e passa a ter uma vida de marajá: "A cabrocha é boa / Apesar de ser coroa / Mas o Jajá da Gamboa / É o dono da situação / Ela lhe dá boa vida / Não é feito a Margarida...". Tem também "Ministro do Samba", uma linda homenagem ao Paulinho da Viola: "Salve Paulinho da Viola / salve a turma da sua escola / o samba bem merecia / ter ministério algum dia / e tu serias ministro / Paulo César Batista Faria".
O que eu acho fantástico nas composições do Batatinha é o fato de elas combinarem, numa dosagem perfeita, a força dos cantos africanos com a dor-de-corno lusitana. Para melhorar, elas foram gravadas com arranjos elegantes, sem aquele cavaquinho de centro - prolixo e às vezes desagradável - que a gente tanto vê no samba carioca. Ouvir Batatinha é mergulhar nas profundezas do Brasil. Lá onde a mediocridade não tem voz nem vez.

Wednesday, May 09, 2007

Deixa o mato crescer em paz


Monday, May 07, 2007

Poema da semana

Ah! Os Relógios

Amigos, não consultem os relógios
quando um dia eu me for de vossas vidas
em seus fúteis problemas tão perdidas
que até parecem mais uns necrológios...

Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.

Inteira, sim, porque essa vida eterna
somente por si mesma é dividida:
não cabe, a cada qual, uma porção.

E os Anjos entreolham-se espantados
quando alguém - ao voltar a si da vida -
acaso lhes indaga que horas são...

Mário Quintana

Também se pode rir com a direita...

Nassif desmascara a Merck

Para entender melhor o que está em jogo nessa decisão, tomada pelo governo Lula, de quebrar a patente do anti-retroviral, vale a pena dar uma lida nesse artigo do Luís Nassif, postado em seu blog. Jornalista com J maíusculo, Nassif consegue analisar casos complexos de maneira totalmente independente, sem nenhum rabo preso com establishment e mantendo-se longe das teorias conspiratóiras de Caros Amigos etc.

A guerra particular da Merck, por Luís Nassif

"Depois de embarcar de cabeça no lobby da Merck Sharp & Dome e na Amcham, parte da imprensa começa a se informar melhor e a reavaliar a cobertura pavloviana da quebra de patente do Efivarenz. Aliás, embarcou no lobby por duas razões: reflexo pavloviano na hora de cobrir temas como quebra de patente (como se toda quebra de patente fosse igual); e releases com chavões inconsistentes, mas que não foram checados. Agora, pelo menos a "Folha" começa a rever a cobertura parcial do primeiro dia.

Houvesse um pouco mais de informação sobre o tema, antes de sair reproduzindo a cobertura, teriam anotado que:

1. Existem normas específicas na OMC (Organização Mundial do Comércio) para quebra de patentes. E o Brasil seguiu as normas. É diferença entre água e vinho.

2. O fato de a decisão ter sido embasada em reuniões do Ministério da Saúde com Relações Exteriores, Casa Civil e MDIC (Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior), e de ter seguido as normas da OMC, era mais do que um indício de que não tinha sido tomada de afogadilho e que tinha embasamento.

3. Nem a Merck nem a Amcham fala pelo governo americano. Muito menos pela opinião pública americana. No final de semana, todas as ameaças de ambas foram reproduzidas acriticamente, como se, pelo fato de serem americanas, fossem porta-vozes dos EUA. Nem se considerou que na época da ameaça de quebra de patentes, no governo FHC, a opinião pública americana ficou a favor do Brasil.

4. É ridícula a ameaça de redução de investimentos externos no Brasil. No setor farmacêutico, não há o que reduzir: o investimento é próximo de zero. Nos demais setores, não houve insegurança jurídica nenhuma, já que se apelou para normas da OMC específicas para medicamentos.

5. A indústria farmacêutica estrangeira no Brasil tem um problema sério de representação. Na época da ameaça de quebra de patente, quando o então Ministro da Saúde José Serra disse que “não trataria com lobistas” (referindo-se à então Abifarma), houve uma troca geral de dirigentes de laboratórios estrangeiros no Brasil. Na época conversei com um deles, que me disse que tinha terminado o tempo em que laboratório só tratava com lobista que encontrava espaço para vendas no Ministério da Saúde. Não foi o que aconteceu, conforme o episódio demonstrou. A Interfarma é um pouco melhor, a Febrafarma (que substituiu a Abifarma) é inexpressiva, e os dirigentes de laboratórios, em geral, não têm estratégia, jogo de cintura nem autonomia para tratar com governo e opinião pública. Representantes de multinacionais em um país tem que ter um mínimo de conhecimento político e diplomático. Mas continuam atuando apenas no circuito dos operadores de Ministério.

6. A arrogância com que a Merck tratou as negociações com a Saúde (sete reuniões fincando o pé em desconto de 2% nos preços) é de uma incompetência a toda prova. O curioso é que os mesmos que cobravam atitudes duras contra um índio desgovernado, como Evo Morales, não levam em conta o absurdo da falta de jogo de cintura da empresa em tratar com a autoridade máxima de saúde do Brasil. Foi necessária a intervenção do embaixador americano –quando o incêndio já lavrava— para o presidente mundial da Merck entrar no circuito. Se a Merck for uma empresa eficiente, não tenha dúvida de que ou rolarão pescoços na Merck Brasil ou em áreas nos EUA onde ela estava subordinada. Por US$ 35 milhões de arrogância, o laboratório abriu uma brecha monumental para o início de uma política efetiva industrial brasileira para a área.

7. O programa brasileiro de AIDs é reputado no mundo todo. Tem muito melhor reputação do que a Merck."

Welcome to Sarkoland!


Saturday, May 05, 2007

As duas Franças

Depois de ler algumas informações completamente equivocadas sobre as eleições presidenciais francesas nos jornais do Brasil, achei que poderia ser útil colocar aqui um resumo dos programas dos dois candidatos. Tentei fazer uma tradução fidedigna, preservando o sentido inicial de cada palavra. Eduação e saúde ficaram de fora, porque as propostas pra essas duas áreas são técnicas demais. Nem eu, que estou aqui há uma gestação, consigo entender. A íntegra está no site do Le Monde. Lá, pode-se até responder um questionário para saber de quem vc está mais perto, do Sarko ou da Ségo.

Economia e emprego

Sarkozy
- Teto de 50% no imposto de renda.
- Reduzir a dívida pública a menos de 60% do PIB.
- Exonerar impostos sobre horas extras.
- O seguro-desemprego não poderá ser inferior ao salário mínimo; por outro lado, o beneficiário dessa ajuda não poderá recusar mais de 3 ofertas que correspondam às suas competências profissionais.
- Exoneração do imposto sobre herança para “pequenos e médios” patrimônios.

Royal
- Negociações para consolidar as conquistas obtidas pelas 35 horas semanais de trabalho e redução dos efeitos negativos.
- Nenhum jovem ficará desempregado por mais de 6 meses sem receber uma formação ou tutorado remunerado.
- As empresas só receberão ajudas do Estado se não demitirem no momento em que realizam lucros consideráveis. Caso partam para outro país, estas empresas devem reembolsar a ajuda.
- Aumento do salário mínimo para 1.500 euros e convocação de uma conferência nacional sobre salários em junho de 2007.

Cultura e comunicação

Sarkozy

- Gratuidade dos museus nacionais.
- Apoio ao desenvolvimento do software livre.
- Aumentar verbas destinadas à cultura; supressão das barreiras ao mecenato.
- Aumentar as obrigações das TV públicas no que diz respeito às emissões culturais.

Royal
- Taxação dos lucros com publicidade dos canais provados, para investir no audiovisual público.
- Criação de uma Alta Autoridade em favor do pluralismo, nomeada pelo Parlamento.
- Reforço do ensino artístico do maternal à universidade
- Reforço de medidas anti-concentração na imprensa.
Meio ambiente

Sarkozy

- Taxar a poluição em vez do trabalho.
- Manutenção da produçãode energia nuclear para limitar a emissão de gases de efeito estufa.
- Promoção de um direito nacional do meio ambiente.

Royal
- Desenvolvimento de transportes coletivos por meio de uma taxa sobre os lucros obtidos por empresas petrolíferas.
- 20% da produção de energia virá de fontes renováveis em 2020.
- Criação de um cargo de vice-primeiro ministro responsável pelo desenvolvimento sustentável
- Promover a criação de uma organização mundial do meio ambiente e de uma Política Agrícola Comum internacional.
- Moratória sobre os transgênicos e lançamento de um grande debate público sobre o assunto

Europa

Sarkozy
- Aumento do orçamento destinado à defesa européia.
- Reavaliação da política monetária; desvalorização do euro.
- Oposição à entrada da Turquia na União Européia.
- Voto de um novo tratado europeu simplificado via Parlamento.

Royal
- Negociação do tratado institucional submetido a referendo.
- Aumento da cooperação nas áreas de meio ambiente, pesquisa e energia.
- Lançamento de uma iniciativa européia para uma conferência de paz e segurança no Oriente Médio.
- Construir uma Europa com mais proteção social.

Família e habitação

Sarkozy
- Zerar o número de moradores de rua nos próximos dois anos.
- Oposição ao casamento, mas favorável a uma união civil para casais do mesmo sexo.

Royal
- Igualdade de direitos para casais homossexuais.
- Aumento do auxílio-habitação pago pelo Estado.

Imigração

Sarkozy
- Instauração da “imigração seletiva”.
- Imigrante só poderão trazer suas famílias se tiver uma renda, um trabalho e uma habitação decente.
- Obrigar os imigrantes a aprender a ler e escrever em francês.
- Aplicar uma política de descriminação positiva.
- Reformas de leis sobre a laicismo: o Estado poderá financiar os cultos religiosos.
- Criação do Ministério da Imigração e da Identidade Nacional.

Royal
- Restabelecimento da regra dos 10 anos como critério de regularização.
- Introdução à história da escravidão nos programas escolares.
- Criação de um visto que permita aos imigrantes de sair e entrar na França.
- Os critérios para regularização dos clandestinos serão seu tempo de permanência na França, escolarização dos seus filhos e existência de um contrato de trabalho.
Instituições e reforma do Estado
Sarkozy
- Instauração do serviço mínimo obrigatório nos serviços públicos, para o caso de greves.
- Limitação da presidência da República a dois mandatos; presidente prestará conta de seu trabalho ao Parlamento.
- Reduzir a 15 o número de ministérios.
- Aumento da produtividade dos serviços públicos e supressão de órgãos inúteis.

Royal
- Supressão do veto do Senado em matéria constitucional.
- Introdução de uma dose de proporcionalidade para a eleição de deputados.
- Presidente da comissão de finanças será um membro da oposição.
- Desenvolvimento de serviços públicos na Internet e generalização de softwares livres na administração.
Justiça e segurança

Sarkozy

- Criação de uma nota para disciplina nas escolas.
- Penas mais duras para menores reincidentes, com idade de 16 a 18 anos.
- Colocar sob tutela do Estado os menores cujos pais não cumprem suas obrigações.

Royal
- Criação de uma nova polícia comunitária.
- Desenvolvimento de centros educativos reforçados, se necessário com enquadramento militar. e supressão das penas de prisão para menores, exceto nos casos mais graves.
- Criação de um órgão independente para controlar as prisões.
Defesa e política externa

Sarkozy
- Manter o orçamento para defesa em seu atual nível.
- Limitação da presença militar francesa na África.
- Desenvolvimento de novas armas antimísseis.
- Lançamento de uma reflexão sobre a doutrina de dissuasão nuclear.
- Política firme na questão do nuclear no Irã, dentro do conselho de segurança da ONU.

Royal
- Preservação da capacidade de dissuasão nuclear.
- Reforma do FMI e do Banco Mundial e criação de uma taxa sobre fluxos financeiros.
- Relançar a cooperação euro-mediterrânea.
- Promoção de medicamentos genéricos para países subdesenvolvidos.

Monday, April 23, 2007

Crème de la crème


A Rolling Stones argentina traz na sua edição de aniversário, uma lista com os 100 melhores discos de rock do país hermano. O júri fez a seleção conta com vários pesos pesados, que vão de Fito Páez a Gustavo Santaolalla. É um excelente guia, tanto pra leigos como pros já iniciados no roquenrol portenho.

Thursday, April 19, 2007

Nostalgia em véspera de eleição

Nessa reta final pro primeiro turno, um sujeito desconhecido teve a genial idéia de espalhar pela cidade alguns cartazes antigos, como este do Chirac, fazendo pose de galã. Não sei de qual ano é, nem o do Mitterrand. Se alguém aí souber, me dê uma luz... Para os curiosos: essa pilastra fica bem perto do Centro Cultural Georges Pompidou, ao lado da entrada pra estação Rambuteau.